segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Mação (Portugal)

O Vale do Tejo é o maior e mais longo vale na parte ocidental da Península Ibérica. Em Mação, a arte rupestre é um dos itens patrimoniais de entre uma série de evidências relevantes de todos os períodos durante os últimos 300.000 anos mas, principalmente, sobre as origens da agricultura.
Hoje, Mação é uma região que enfrenta o despovoamento e a desertificação. Contudo, foi concebida uma estratégia que utiliza estes problemas, juntamente com o património cultural (incluindo nele as actividades agrícolas), como um meio para superar tais problemas. Um museu e centro de investigação tem sido capaz de atrair um número crescente de visitantes, gerando um crescimento de investimentos económicos (nomeadamente no sector do turismo, mas também na comercialização de produtos florestais e industriais).
O tema central do Museu local é a transformação da paisagem através da agricultura, sendo esta a matriz cultural das identidades actuais. O Museu, juntamente com o IPT e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, acolhe programas de Mestrado e Doutoramento. O Mestrado é parte do único programa Erasmus Mundus em Arqueologia (Quaternário e Pré-História), e a lógica de construção de redes agrupadas em torno de Mação provou estar a funcionar bem: Mação é agora o segundo maior centro arqueológico em Portugal (depois de Lisboa), em termos de número de estudiosos e estudantes, e tem mais visitantes do que o Parque de Arte Rupestre de Foz Côa (Património Mundial).
Embora seu património mais relevante seja a arte rupestre e as origens da agricultura, tem também importantes relíquias de outros períodos (banhos romanos, castelos medievais, igrejas barrocas, ...) e a gestão desta difusão cultural usa esta diversidade para demonstrar como se alterou a cultura ao longo do tempo.
A estratégia do Museu foi associar uma investigação de alto nível com uma profunda articulação com a população, atraindo turismo qualificado (cultural e científico). Um exemplo disto é o projecto Andakatu, de ensino das artes através do património. Neste projecto, são organizadas oficinas com visitantes de todas as idades (a partir da escola primária), para aprender antigas técnicas de produção (pedra, cerâmica, arte rupestre e outras) num processo de ‘aprender fazendo’. No entanto, paralelamente a este projecto didáctico, o Museu com o IPT tem um projecto de investigação financiado pela Fundação Portuguesa para a Ciência e Tecnologia, precisamente sobre estas questões tecnológicas. A didáctica é capaz, portanto, de ser muito dinâmica, porque incorpora as novidades ao ritmo da investigação. Isto foi reconhecido, entre outros, por um canal privado de televisão (Canal Panda), onde o Andakatu foi seleccionado para apresentar à população mais jovem o que significa ser um arqueólogo.
Esta ligação permanente entre o património cultural e as artes também é o tema do projecto plurianual "Tranformations" financiado pelo Programa "Cultura". O projecto de Mação foi seleccionado pelo programa da UNESCO sobre a desertificação, como um dos quatro estudos de casos Portugueses e ganhou (devido aos programas intensivos realizados todos os anos sobre a qualidade da gestão do património) o prémio Ouro da Comissão Europeia em 2008 para "Casos de Sucesso" do programa Erasmus.

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