sábado, 12 de setembro de 2009

Um Maranhão e muitas potencialidades

*Luiz Oosterbeek

O projeto Porto Seguro foi construído na base de quatro cenários, mas com a determinação de estruturar outras dinâmicas no Brasil. Ainda que sem financiamento comunitário, o Estado do Maranhão é o primeiro, fora da rede inicial, a assumir uma extensão. Foram definidos três territórios de intervenção, seguindo os princípios do projeto nos outros quatro cenários. Dois destes territórios são rurais (os Quilombos de Itamatatiua, no município de Alcântara, e de São Sebastião dos Pretos, no município de Bacabal). O terceiro é urbano, e consiste na cidade capital de São Luís, Patrimônio Mundial. As atividades no Maranhão só foram possíveis devido aos apoios financeiros do Instituto Politécnico de Tomar, do Deputado Estadual Domingos Paz e seus colaboradores, do Núcleo de Estudos Negros e da Prefeitura de São Luís.

Comunidade de Itamatatiua (Alcântara)










Reconhecida pela Fundação Cultural Palmares, a comunidade remanescente de quilombo de Itamatatiua localiza-se no município de Alcântara e vive da pesca e de uma agricultura de subsistência, além da produção da cerâmica (produto pelo qual é conhecida nacionalmente).














Cerca de 81 famílias vivem na comunidade, que tem, dentre outras manifestações que fazem parte da cultura imaterial de Itamatatiua, o tambor de crioula, a dança do negro e o forró de caixa, passados de geração em geração ao longo dos anos.













Comunidade de S. Sebastião dos Pretos (Bacabal)












Assim como nas comunidades remanescentes de quilombo da região de Alcântara, a comunidade de São Sebastião dos Pretos vive da agricultura, artesanato e, ao contrário de Itamatatiua, já possui a titulação de suas terras, concedida pelo Iterma, em 2005.











Enquanto na comunidade de Itamatatiua, as mulheres são responsáveis por todo o processo de produção da cerâmica (busca de matéria-prima, confecção, venda, etc.), em São Sebastião, elas - as famosas quebradeiras de côco - cuidam da extração do côco-babaçu, de onde tiram a amêndoa, cuja utilização resulta em óleo, sabonetes e outros produtos naturais.














* Coordenador do Projeto

Fotos: Luiz Oosterbeek

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